Entre 3 e 5 anos, um novo empreendimento energético no município de Palmas, sul do Paraná, deverá estar produzindo 200 Megawatts. É o que prevê o Complexo Eólico Palmas II que entra agora na fase de licenciamento. O Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) foi apresentado, na noite do dia 23 de junho, aos proprietários das áreas nos Campos de Palmas, onde serão instaladas 100 torres, num investimento de R$1,2 bilhões.
O projeto, que já foi protocolado no Instituto Ambiental do Paraná (IAP) para os necessários licenciamentos prévio, instalação e operação, vem sendo trabalhado há pelo menos 7 anos pelas empresas brasileiras Vento Sul Energia, Cia Ambiental, Enerbios – Energias Sustentáveis e a alemã Inno Vent Wind Energy Wordwide.
A produção dos parques Campo Alegre, Pederneiras, Santa Cruz, Santa Maria, São Francisco, Taipinha e Tradição será conectada à subestação de Palmas, através de linha de transmissão de 28 quilômetros, com traçado previsto para faixa de domínio da PRC-280.
Na fase de implantação, deverão ser gerados até 500 postos de trabalho diretos, entre as mais diversas funções e formações, onde pretende-se priorizar a contratação de mão de obra local. Posteriormente, para a operação e manutenção serão pelo menos 25 postos de trabalho fixos. Também haverão empregos diretos na execução de pelo menos 19 programas ambientais durante e após as obras.
O Diretor da empresa VentoSul Energia, Ivan Gilioli, comemorou que após um longo percurso de muito trabalho e dificuldades, a fase ambiental do projeto está concluída, graças ao apoio e confiança dos proprietários das áreas e diversos parceiros que já manifestam disposição para os investimentos. “Esperamos que em breve seja marcada a audiência pública para que a população conheça o projeto e se manifeste. Palmas e região vão ganhar muito. Temos certeza que vai sair do papel”, destacou.
Com aproximadamente 20 anos de atuação em projetos de energia eólica em todo o Brasil, a empresa palmense, Motta Engenharia, estabeleceu parceria para atuar no processo de viabilidade econômica do Complexo Eólico. “É uma boa notícia para Palmas. É um projeto muito bem construído e altamente viável por sua localização e logística já existente. Isso atrairá os investidores”, avaliou um dos diretores, Rodrigo Motta.
Diretor da empresa Cia Ambiental, responsável pelos diversos estudos para o futuro complexo, Pedro Luiz Fuentes Dias, destacou a importante participação dos proprietários das terras. “Após um ano e meio de levantamentos da fauna, flora, vibração, rios, diagnóstico socioambiental, concluímos uma etapa para a obtenção das licenças. O projeto é uma realidade”, disse ele. Ressaltou que o complexo gerará uma energia firme e limpa e será importante para o desenvolvimento de toda esta região. Em relação ao cronograma para o início das obras, Dias projetou que isso deve ocorrer em meados do próximo ano. “Após a apresentação ao IAP, na próxima semana, esperamos que a audiência pública ocorra num prazo de três meses e a Licença Prévia até o final do ano. Se isso se confirmar, os dois primeiros parques estarão gerando energia em 2019”, disse ele.
Destacou ainda que torce que o projeto pertencente a outro grupo empresarial e que aguarda licenciamento desde 2015, também possa ser executado. “São dois projetos distintos e igualmente viáveis que eventualmente poderão caminhar juntos. Enquanto o que tramita há mais tempo estiver em construção, o nosso estará iniciando. Assim teremos obras no município ao longo de pelo menos cinco anos”, projetou.
Ao RBJ antecipou que nos próximos meses as empresas associadas iniciarão os trâmites no órgão ambiental de Santa Catarina, a FATMA, para realização levantamentos para o EIA/RIMA nas propriedades que estão do outro lado da rodovia em solo de Santa Catarina, que integrarão uma segunda fase do mesmo empreendimento energético nos campos de Palmas.
O prefeito, Kosmos Panayotis Nicolaou, destacou a qualidade do projeto do complexo que irá gerar empregos e recursos para o município. Informou que estará indo à capital para apoiar politicamente o projeto, buscando agilização do seu trâmite junto ao IAP.
Matéria de: Ivan Cezar Fochzato para RBJ